exposição / composição, Variação nº 2. reflecte uma questão inerente à organização conceptual e produção de um objecto artístico. A composição –os seus regimes e dogmas– é aparente no objecto artístico, independentemente do media. A imagem pictórica, o texto, a música, a performance, têm por base ritmo e ordem, assentes na encomenda da composição. Pela selecção das obras e autores em exposição é reflectida a dicotomia que existe na composição entre fragilidade e austeridade. 

Exercício de composição, matriz, proliferação do uso da imagem (agnosia visual), o conceito de múltiplo, sintaxe relativa à construção de discurso enquanto código, o estudo da cor e luz enquanto forma, a condição instável do objecto e a sua materialidade. São reunidos projectos de Andreia Santana, Cristina Mateus, Fernando José Pereira, Luís Luz, Maria Trabulo, Mauro Cerqueira e Vera Mota, que são apresentados nos sete patamares da caixa de escadas da Galeria Vertical do Silo Auto. 

Tal como numa composição musical, os autores configuram-se enquanto agentes de produção e criação, a estes, são-lhes proporcionadas forma e perímetro de acção, e é dado um território de anúncio no qual os eventos acontecem, por forma a cumprir as intenções da encomenda assente num exercício de composição. Aqui acreditamos que o objecto artístico é passível de interagir com o espectador, tornando-o igualmente consciente da sua fisicalidade, assim como da sua corporiedade e existência metafísica social.